O temporal


“Pra sermos libertos temos que provar da ironia de que: é encarando nossos medos que vencemos os temores”

O temporal

O céu está nublado e um vento vindo do norte começa a assoprar. Nunca fui fã de Sol e climas quentes, confesso que sempre desejei morar em países frios, mas nunca me senti bem em temporais. Sem receio falo que me apavoro facilmente com os trovões e tranco-me no quarto até que tudo se acalme. Mas naquele dia resolvi fazer diferente, resolvi fazer o inverso, resolvi encarar meus temores.

Logo, logo a chuva caiu , aproveitei o momento e subi as escadas de minha casa em direção a varanda, mas chegando à porta abri e fechei, admito que temi, pensei duas vezes, analisei se não estava apenas empolgado e não decidido, porem pra não dar vazão a esses pensamentos que me desanimavam liguei o mp3 e abri de vez a porta, entrei na varanda sentindo um certo frio na barriga, enquanto nos ouvidos soava a música ALL STAR(Nando Reis) era um misto de romance com paura e eu até que estava me saindo bem diante de meus traumas.

A varanda não era muito grande, tinha aproximadamente uma distancia entre dois postes, digamos que dez metros e com seu um metro laterais formavam dez metros quadrados o que a tornava muito estreita mas no momento estava tudo bem cômodo pra min, o espaço era o que menos me importava naquele dia. Quando as trovoadas começaram encostei meu braço na varanda e analisei a rua, conseguia enxergar um caminhão amarelo com uma caçamba antiga parada em frente a minha casa, algumas pessoas caminhavam tranquilamente porem apressadas com seus guarda-chuvas e isso tudo era notório naquela rua de paralelepípedo típica de interior, mas nada disso prendeu minha atenção por muito tempo. Levantando a visão foi que cai na real do que realmente estava vivenciando, algo que outrora seria impossível, eu estava cara a cara com alguns de meus pavores.

Estava totalmente acinzentado o céu e eu encarava os raios que rasgavam de cima a baixo da terra. A cada trovão um novo fôlego que era puxado no intervalo dos mesmos e os relâmpagos não cessavam e dava uma impressão de que eu era o único protagonista daquele temporal. A chuva caia em minha direção e enchia meus óculos de respingos e embaçava a visão o que não foi suficiente pra atrapalhar aquele espetáculo muito menos a emoção que eu sentia no momento. Era algo sublime, pra comparar era como escalar uma montanha e ficar no topo do mundo, foi como se perder e se encontrar ao mesmo tempo de fato algo indescritível.

Após uns quinze minutos, a tempestade se foi, surgiu o sol que aos poucos esforçava-se para iluminar algumas áreas quando repentinamente formou-se algo profundamente belo nos céus, algo que realmente meu ser não esperava naquela tarde nublada. No meio do céu surgiu um grande arco-íris que nascia de lado a lado do horizonte, o que tornou aquele momento tão belo quanto da tempestade presenciada, me sente como uma criança boba quando vê algo de novo diante de seus olhos.

A vida nos brinda com esses momentos de temores e alegrias, desafios e conquistas e vivemos tão apressados mais ainda programados, pra respirar, pra acordar, pra dormir enfim pra viver que isso tudo acaba ás vezes passando despercebido. Mas eu sei que aquela tarde significou mais que um dia pra min, creio que fui privilegiado pois venci meus temores e alem de vencer eu realmente vivi e pude sorri em meio aquele temporal. E para aqueles que nunca vivenciou tal realidade, achei por bem fazer uma bela historia para que ao menos me entendam e possivelmente vivam por min.

“É quando ninguém se preocupa com a chuva que surge o arco-íris”-L.S.B.

3 comentários:

“É quando ninguém se preocupa com a chuva que surge o arco-íris”-L.S.B.


Nessa frase vc deixou transparecer de forma clara que e tão somente que, qdo dominamos nossos medos ou os deixamos sob controle, somos capazes "de caminhar com as próprias pernas.
Continue externando seus sentimentos,pois só assim poderá conquistar seu ideal...
Um grande abraço.Deus ilume sua mente e jamais preconceito o domine. Paz (Salam)

 

Palavras que expressam sensibilidade. Belo texto. Saudações.

 

OI LUCAS ,

TEXTO IMPECÁVEL.

PARABÉNS.

VOLTARI SEMPRE, POIS NÃO CONHECIA O SEU BLOG.

UMA ABRAÇÃO CARIOCA.